Por GUSTAVO FALABELLA ROCHA
O último dia do Fórum de Teatro Latino-Americano, ciclo de debates sobre o teatro produzido no continente, retomou questões centrais nas relações entre os países do bloco. A mesa, sob mediação da professora Sara Rojo da Faculdade de Letras da UFMG, contava com Guilherme Reis, Núcleo de Festivais Internacionais do Brasil; Juan Martin, Revista Teatralidade (Venezuela); Omar Valiño, Revista Tablas (Cuba) e Iara Pietricovsky (Brasília). Parece não ser segredo que o Brasil está muito distante dos seus vizinhos. E a recíproca para ser verdadeira também. Alguns fatores culturais como a língua e a colonização ter se dado por países diferentes são apontados como raízes desse problema. "É mais fácil trazer grupos da Alemanha ou da França do que trazer grupos do Peru ou da Bolívia", exemplifica Guilherme Reis.
Tal dificuldade se dá pela falta de recursos e apoios. Instrumentos como as Leis de Incentivo à Cultura e Fundos geridos pelo Estado para produção e fomento cultural são realidades não conhecidas por grupos de nossos países vizinhos. Portanto, esse quase uníssono consenso de que não se faz teatro sem fomento direto que há por aqui é posto por terra quando se compara a realidade brasileira com a dos países da América Latina. Ou seja, em termos de profissionalização do teatro, o Brasil se encontra um pouco a frente dos demais países, mas as dificuldades para se fazer teatro ainda se parecem bastante, mesmo com instrumentos de fomento.
"O Brasil está para a América Latina, assim como os EUA estão para o Mundo", alguém pega o microfone e resume a grosso modo os acordos econômicos feitos no continente. O Brasil explora da melhor maneira possível a proximidade com os países latino e aplica a lógica de mercado para fazer os acordos. Mas como a pauta é o teatro, é preciso pensar em ações conjuntas: o Núcleo de Festivais Internacionais parece ser um caminho para baratear os custos da vinda de grupos estrangeiros. Formado por Filo (Festival de Londrina), Porto Alegre em Cena, Brasília Cena Contemporânea, FIT de São José do Rio Preto (SP), Rio Cena Contemporânea e FIT BH.
Muitos pessoas pegam o microfone para lembrar que é ótimo haver um ciclo de debates com pessoas de tantos países, mas que é fundamental fazer com que a relação extrapole os encontros formais ocasionados por Festivais na América Latina afora.
E por fim, uma sugestão curiosa, a implementação do Portuñol como língua oficial do continente. Esse blogueiro, depois de muitos dias tendo contato com quase todos os grupos da América Latina, disponibiliza um breve glossário com sugestões de verbetes para o nova língua.
1 - Pessoja: pessoa ou persona;
2 - Hoje: puxando o "j" como se fosse "r";
3 - Tuedo: Tudo;
4 - Hermones: irmãos ou hermanos;
5 - Fijo: filho ou ijo;
6 - Facer: fazer ou hacer;
7 - Enton: então ou entonces;
8 - Uetro: outro ou otro;
9 - Rua: calle