Por GUSTAVO FALABELLA ROCHA
Tinha tudo pra ser uma verdadeira Babel: primeiro, o grupo japonês Shinjyuku Ryozanpaku apareceu na sala de imprensa do Festival Internacional de Teatro representado por seu diretor Sujin Kim acompanhado da manager do grupo, a romena Daniela Pompilia. Com seu bom português, a romena, junto do receptivo do grupo, conseguiu contornar quaisquer ruídos e a comunicação aconteceu. Depois apareceu o russo Anton Adasinskiy, diretor do Grupo Derevo, para falar em inglês sobre seu trabalho e sua expectativa em relação ao Festival.
O grupo Shinjyuku Ryozanpaku define seu espetáculo como um "Lear asiático". Clara referência ao clássico "Rei Lear" de William Shakespeare. O grupo combina elementos tradicionais do teatro Kabuki com arte contemporânea. Cada sílaba da palavra Kabuki representa um dos elementos desse estilo teatral: Ka - corresponde a música ; Bu - dança e Ki - a estética, isto é, a estilização do drama e da maquiagem dos atores. A trilha sonora, executada ao vivo, é composta por instrumentos coreanos ancestrais e também elementos do rock moderno: bateria e teclados.
Tomando de fundo as relações estremecidas entre o Japão e a Coréia, conta a história de um rei e as dificuldades para a definir o sucessor de seu trono. "Rei Yebi é uma comédia muito séria" garante o diretor Sujin Kim.
O grupo Shinjyuku Ryozanpaku define seu espetáculo como um "Lear asiático". Clara referência ao clássico "Rei Lear" de William Shakespeare. O grupo combina elementos tradicionais do teatro Kabuki com arte contemporânea. Cada sílaba da palavra Kabuki representa um dos elementos desse estilo teatral: Ka - corresponde a música ; Bu - dança e Ki - a estética, isto é, a estilização do drama e da maquiagem dos atores. A trilha sonora, executada ao vivo, é composta por instrumentos coreanos ancestrais e também elementos do rock moderno: bateria e teclados.
Tomando de fundo as relações estremecidas entre o Japão e a Coréia, conta a história de um rei e as dificuldades para a definir o sucessor de seu trono. "Rei Yebi é uma comédia muito séria" garante o diretor Sujin Kim.
O diretor esteve em Belo Horizonte na programação do ECUM (Encontro Mundial de Artes Cênicas) com o espetáculo "Ê Janaika - deixa pra lá". Em entrevista coletiva, Kim fala um pouco do processo de trabalho do grupo e também das relações entre Japão e Coréia, que são retratadas na peça. "O Japão colonizou a Coréia por 36 anos. Nesse período, muitos coreanos foram para o Japão, lá os direitos eram diferentes. Os coreanos eram obrigados a trocar seus nomes e proibidos de falarem a língua nativa". O diretor, filho de pais coreanos, agradece a abertura do mercado japonês para jogadores de futebol brasileiro, pois só assim conseguiu um visto permanente para morar e trabalhar no Japão. Sem mudar de nome, é claro.
Quanto as impressões de Belo Horizonte, o diretor só conhecia o Brasil pelo futebol, pela Amazônia e o Carnaval. Morador de um país onde o ritmo de vida e a organização são muito grandes, fica impressionado com a miscigenazação e principalmente com o despojamento relaxado dos brasileiros: "aqui todo mundo deixa pra lá", ressalta.
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Na virada para 2008, o grupo Derevo fez sua última apresentação do espetáculo "Once". E desde então, tem guardado o espetáculo para uma ocasião certa. "Ficamos algum tempo sem fazer o espetáculo e toda vez que fazemos parece a primeira vez", garante o diretor do espetáculo Anton Adasinskiy. O diretor justifica as poucas apresentações por conta do cenário artístico atual da Europa: "As pessoas querem falar apenas sobre temas pesados, grandes ideologias". Parece não ser o caso de "Once" que é definido pelo grupo Derevo "como conto de fadas sobre o amor". Além disso, trata-se de um espetáculo com estrutura mais complexa. Daí, sua alegria em trazer o espetáculo para Belo Horizonte. "As pessoas no mundo inteiro têm seus problemas, a diferença é que no Brasil, mesmo com seus problemas, as pessoas vivem sorrindo", parece ser mais um motivo para a presença de "Once" em Belo Horizonte. "Os brasileiros deveriam ser contratados para ensinar aos russos a viver", provoca o diretor.
O grupo Derevo tem três frentes de trabalho: os espetáculos prontos, caso de "Once"; os improvisos feitos em ambientes não convencionais e grandes projetos, onde artistas são convidados para trabalhar por um período maior. Adaisinkiy ressalta que o grupo não tem uma linha de trabalho definida. A cada espetáculo, uma nova inquietação, nova pesquisa, nova linguagem e um novo resultado. "Once" é fruto de uma pesquisa sobre clowns. "Não basta colocar um nariz vermelho", alerta o diretor. Além disso, o grupo não usa termos como "teatro", "ator", "atuação" etc. "São todos muito ultrapassados", ressalta o diretor do espetáculo.
Um comentário:
Cara,
fui nos 2 expetáculos citados acima e estou encantada até hj...
encantada no sentido de flutuar por um universo nunca d'antes navegado,RSRS no caso: ''ONCE''.
Queria saber se vc pode me arrumar ou sabe de alguém que tenha tirado uma foto do Anton com a camisa do Brasil, ontem.
Foi meu filho quem jogou pra ele...de tão amarradão que ele ficou!
queria também que vc entrasse nesse blog:
http://ciscozappa.blogspot.com/
e visse com calma os textos escritos pelo Fernando sobre causas e efeitos relacionados a ''emoções'' depois dessa peça.
Um abraço
sabrina bretz.
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